segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Medicamentos evitados em Miastenia Gravis



Acebutolol
Acrosoxacina
Amantadina
Amicacina
Amikacina
Amitriptilina
Ampicilina
Anfetamina
Anovulatórios
Antidepressivos Fortes
Antitoxina tetánica
Aprotinin (trasylol)
Atenolol
Azitromicina
Bacitracina
Barbitúricos
Benzodiazepina
Betaxolol
Bisoprolol
Bretylium
Calmantes
Capreomicina
Carnitina
Carvedilol
Ciclopropano
Cinoxacina
Ciprofloxacina
Claritromicina
Clindomicina
Clomipramina
Cloroformo
Cloropromazina
Cloroquina
Clozapina
Cocaina
Colistimethate
Colistina
Contrastes iodados
Curare

Desipramina
Diazepam
Dibenkacina
Dibenzepina
Difenhidramina
Dihidoestreptomicina
Diuréticos
Doxepina
Doxiciclina
Droperidol
Echotiophate
Emetina
Enemas
Eritromicina
Esmolol
Estreptomicina
Estrógenos
Eter
Fenelzina
Fenitoina
Fenotiazinas
Flavoxate
Flufenazina
Fluoroquinolonas
Fosfomicina
Fosforatos orgánicos
Fritromicina
Gentamicina
Guanadrel
Guanetidina
Haloperidol
Halotano
Hematropina
Hexametonio
Hormonas Tiroideas
Hydroxicloroquina
Imipenem
Imipramina
Interferón Alfa
Isocarboxazida

Kanamicina
Labetolol
Lactato de sodio
Lidocaina
Limeciclina
Lincomicina
Litio
Loxapina
Magnesio
Mecamilamina
Mefenitoina
Meprobamato
Metopropol
Metotrimeprazina
Metoxi Flurano
Minociclina
Morfina
Nadolol
Acido Nalidixico
Neomicina
Netilmicina
Nicotina
Norfloxacina
Nortroptilina
Ofloxacina
Opripamol
Oxprenolol
Oxibutinina
Oxipertina
Oxitetracyclina
Pacitracina
Paraldeido
Paromomicina
Penicilamina D
Penicilina
Perfenazina
Pericyazina
Pimozida
Pindolol
Polimixina B



Practolol
Procain Amide
Procaina
Procainamida
Proclorperazina
Progesterona
Promazina
Propanolol
Propantelina
Propranolol
Protiptilina
Pyrithioxin
Quinidina
Quinina
Relaxantes
Risperidona
Sisomicina
Sotalol
Succinicolina
Sulfonamidas
Sulpirida
Tetraciclinas
Thioridazina
Timolol
Tiopronine
Tirotricina
Tobramicina
Tranylcypromina
Tricloroetanol
Trifluoroperazina
Trihexifenidil
Trimethadiona
Trimethaphan
Trimipramina
Vancomicina
Verapamil
Viomicina
Zuclopentixol




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tô muito esquecida doutor !!!

A queixa de dificuldade de memória é uma das mais freqüentes em pessoas idosas, o que não significa, entretanto, sinônimo de perda significativa da mesma. Um estudo realizado na área metropolitana de São Paulo mostrou que 54% das pessoas com mais de 65 anos se queixavam de dificuldade de memória, porém apenas 12% admitiram que essa complicação as prejudicava no dia-a-dia.1 Isto indica que, embora a reclamação seja freqüente, não tem necessariamente maior implicação clínica.
Pessoas idosas lamentam esquecer fatos ocorridos uma semana antes, mas podem se lembrar de episódios ocorridos em suas infâncias, o que pode ser explicado pela carga emocional diferente em cada acontecimento: possivelmente a pessoa se lembrará com mais facilidade de fatos com forte apelo emocional. Uma outra queixa se refere à repetição da mesma história para a mesma pessoa em diferentes ocasiões, o que pode ser justificado pelo comprometimento da memória contextual: o fato é lembrado, mas não onde foi contado ou ouvido.
A memória de evocação apresenta declínio, com comprovação em testes,2 e se relaciona com a freqüente reclamação de lembrar recados ou trechos de conversa. Outras áreas da memória estão preservadas, como vocabulário, manejo de aparelhos e definição de conceitos, pois são áreas mais sedimentadas.
A história do paciente pode ajudar no detalhamento da queixa de perda de memória, e indicar se ocorre isoladamente ou em conjunto com outras alterações cognitivas. Portanto, deve-se questionar o paciente sobre as atividades do dia-a-dia, como dificuldade em controlar o próprio dinheiro, em localizar-se em ambientes diferentes de sua casa (viagens, visitas), em encontrar palavras corriqueiras, em manter passatempos prévios como leituras e jogos, em realizar pequenos consertos em casa e em manusear aparelhos eletrodomésticos. Quando se verifica alteração em muitos desses itens, faz-se necessária a avaliação mais objetiva desses déficits, por meio de consulta a profissional da área.O profissional buscará, pela história, pelo exame físico, pelos exames subsidiários (de sangue e de imagem) e pelo teste neuropsicológico, subsídios para o diagnóstico correto desse idoso que se queixa de perda de memória.
Entre os diagnósticos possíveis, pode-se concluir que essa pessoa esteja com alteração de memória devido à dificuldade de atenção, decorrente de uso de medicação (principalmente benzodiazepínicos, neurolépticos e antidepressivos). Outra possibilidade para que esteja ocorrendo queixa de memória correlacionada a déficit objetivo na avaliação é haver alteração de afeto, em particular a depressão em suas diversas formas. A depressão, acarretando alterações cognitivas, vem recebendo diversas denominações, e todas salientando as alterações de humor e de afeto com os distúrbios cognitivos, tais como pseudodemência, síndrome demencial da depressão e distúrbio cognitivo-afetivo.
O diagnóstico de declínio cognitivo leve deve ser considerado quando existe um comprometimento de uma área cognitiva, como a memória, porém sem critérios para o diagnóstico de demência. Em relação a uma população sem queixa, alguns trabalhos concluem que o diagnóstico de declínio cognitivo leve pode significar um quadro inicial de demência,3 ou indicar o aumento, em cerca de oito vezes, da possibilidade de desenvolvê-la.4 Já outros estudos afirmam que a alteração cognitiva não é fator de risco,5 o que mostra, portanto, não haver um consenso na literatura. Este artigo ressalta a importância de acompanhamento clínico cognitivo para esses pacientes por um período de tempo prolongado.  
O diagnóstico de síndrome demencial é feito quando há comprometimento, suficiente para interferir nas atividades diárias do paciente, da memória e de mais de uma outra área cognitiva (linguagem, praxias, orientação, função executiva, entre outras). Isso se apresenta detectável em exame neuropsicológico.
A principal causa de demência é a doença de Alzheimer (DA) na qual, em cerca de 50-60%, ocorre inicialmente o comprometimento progressivo da memória para fatos recentes, em geral seguida de alteração de linguagem (anomia e afasia). A evolução da doença pode apresentar qualquer outro déficit cognitivo, além de distúrbios de comportamento, como depressão, agitação, delírio, alucinação, atitudes inadequadas, perda de crítica, voracidade e outros sintomas.
Uma outra causa é a demência por corpúsculos de Lewy (DL), em que ocorre alterações cognitivas (demência) associadas a sinais de parkinsonismo precoce e a alucinações (mais visuais e bem estruturadas).6
A demência vascular ou por múltiplos infartos (DV) progride em etapas, ou seja, há um declínio cognitivo percebido nitidamente pelo paciente ou pela família. Nesse caso, os exames por imagem podem corroborar um diagnóstico clínico.
Quando se encontra precocemente um quadro de muita alteração de comportamento, associado a uma síndrome demencial, o diagnóstico pode ser de demência frontotemporal (DFT), uma causa menos freqüente que as anteriores.
Outras causas de demência podem ser diagnosticadas evidenciando o hipotireoidismo, a deficiência de vitamina B12, ácido fólico ou causas infecciosas (sífilis terciária).
Os tratamentos para as demências dependem, portanto, do diagnóstico da sua causa. Atualmente a demência degenerativa como DA recebe tratamento com inibidores de acetilcolinesterase, tentando prolongar o funcionamento colinérgico. Entre as drogas utilizadas comercialmente, a rivastigmina e o donepezil apresentam algum efeito na evolução clínica dessa demência, melhorando cognição e alterações de comportamento, ou mesmo estabilizando os déficits.
O tratamento das síndromes demenciais, com a grande variação de sintomas que esses pacientes apresentam, exige cada vez mais uma abordagem multidisciplinar com médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, voltados no sentido de dar ao paciente, e à sua família, uma melhor condição (qualidade de vida) para enfrentar essas doenças.
O idoso com queixa de memória deve estar atento para esse problema e  procurar auxílio profissional, não apenas atribuindo o esquecimento ao chavão popular: “isso é coisa da idade”

Epilepsia: Dúvidas frequentes.

Epilepsia é uma doença contagiosa de pessoa para pessoa ?
NÃO. A epilepsia é uma doença provocada por uma disfunção elétrica no cérebro, podendo decorrer de alterações genéticas ou de lesões cerebrais ocorridas em qualquer momento da vida (portanto nem sempre se inicia na infància) como, por exemplo, após traumatismos cranianos graves, meningites, tumores cerebrais, neurocisticercose ("verme de porco").
É comum pessoas morrerem durante uma crise epiléptica ou convulsiva ?
NÃO, é raro que alguém morra durante uma crise epiléptica. A maior parte dos indivíduos que morre nesta circunstância não morre devido diretamente à crise e sim pelas complicações relacionadas a ela como, por exemplo, no caso de acidentes com queda de altura, atropelamento, afogamento etc. É claro que crises epilépticas muito prolongadas, particularmente aquelas com duração superior a 30 minutos, podem provocar danos cerebrais graves e irreversíveis, mas mesmo nestes casos é pouco frequente que cheguem a provocar a morte. A maioria das crises cessa em atè 5 minutos. Se ultrapassar este tempo o paciente deve ser conduzido a uma unidade de emergência.
Pessoas em crise convulsiva podem “engolir a língua” e morrerem sufocadas ?
Este é provavelmente um dos principais mitos relacionados à epilepsia. A língua é um músculo de nosso corpo como outro qualquer e, assim como os demais músculos se contraem durante uma convulsão, o mesmo vai ocorrer com a língua dando a impressão que o paciente está “engolindo a língua”. Contudo, este músculo está firmemente preso ao assoalho da boca e não se soltará jamais durante uma crise. Por esse motivo, é absolutamente contra-indicado puxar a língua do paciente para fora durante uma crise, assim como também não se deve jamais introduzir qualquer objeto e nem água na boca do paciente neste momento.
O que é disritmia cerebral?
Este termo foi introduzido entre as décadas de 1920 e 1930 na Europa e nos Estados Unidos como sinônimo de epilepsia, com o objetivo de evitar o uso do termo “epilepsia”, pois naquela época esta era considerada uma doença estigmatizante. Contudo, com o passar dos anos, o termo “disritmia cerebral” foi se descaracterizando e passou-se a utilizá-lo como referência a uma série de outras doenças que não a epilepsia. Atualmente, o termo “disritmia cerebral” perdeu completamente seu sentido original, não devendo mais ser utilizado.
Pessoas com epilepsia podem fazer exercícios?
Sim, pessoas portadoras de epilepsia com suas crises controladas podem realizar exercícios físicos de qualquer natureza. As exceções são os esportes de altura (asa delta, alpinismo, montanhismo, pára-quedismo, ginástica olímpica) e os esportes aquáticos em ambientes abertos (rios, lagos, mar) devido os riscos evidentes de se ter uma crise convulsiva nestas circunstâncias. Natação em piscina e sob a supervisão de alguém apto a socorrer se necessário é liberada para crianças e adultos epilépticos. Crianças com epilepsia controlada podem e devem ser estimuladas a participar das aulas regulares de educação física nas escolas.
Gardenal deve ser evitado, pois é um medicamento “muito forte”?
Não existem medicamentos para epilepsia fortes e outros fracos. Para cada tipo de crise epiléptica há um medicamento mais indicado. Quanto ao Gardenal, ele continua sendo a medicação para epilepsia mais utilizada em todo o mundo. Por ser um medicamento desenvolvido há muitos anos, suas propriedades farmacológicas e seus efeitos colaterais são bem conhecidos por todos os médicos o que aumenta muito a segurança de seu uso. Além de ser um medicamento altamente eficaz no controle das convulsões, o Gardenal tem baixo custo, o que é um fator muito importante nos países em desenvolvimento como o Brasil. Nas crianças pequenas, sobretudo naquelas com menos de 1 ano de idade, o Gardenal é, na grande maioria das vezes, o medicamento mais indicado para o tratamento das convulsões. Em crianças com crises convulsivas febris o Gardenal continua sendo a medicação antiepiléptica mais utilizada.
Pessoas com epilepsia sempre tem algum problema mental?
Não, a epilepsia não tem necessariamente associação com problemas mentais, psiquiátricos ou comprometimento da inteligência. É claro alguns indivíduos, principalmente as crianças com doenças neurológicas graves como a paralisia cerebral e malformações cerebrais extensas, podem ter associadamente epilepsia e desordens psiquiátricas, mentais e rebaixamento intelectual. Mas essa não é a regra, pois a maior parte dos indivíduos epilépticos são mentalmente normais.
Pessoas com epilepsia podem dirigir?
Em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, já há regulamentação a respeito desse assunto. Embora ainda seja tema polêmico, alguns critérios devem ser considerados no momento de conceder a habilitação para condução de veículos nestes casos. Inicialmente, é importante que as crises epilépticas estejam plenamente controladas, que o paciente esteja fazendo uso regular da medicação antiepiléptica e que haja um parecer favorável do médico que assiste o paciente. Estatísticas internacionais demonstram que, obedecendo a estes critérios, o risco de um indivíduo epiléptico envolver-se em um acidente com veículo automotor devido uma crise convulsiva é muito pequeno. Casos especiais devem ser analisados individualmente como, por exemplo, a concessão da habilitação para conduzir veículos não considerados de passeio, como máquinas de maior porte e veículos de transporte de passageiros. A habilitação para motoristas profissionais também constitui um caso especial, sendo proibida em muitos países.
Por fim, é muito importante que indivíduos com epilepsia e seus familiares informem-se o máximo possível a respeito da doença. A informação de boa qualidade, além de facilitar a compreensão da doença, diminui o preconceito.